domingo, 17 de junho de 2012

Domingo

Eu sempre gostei dos domingos, sempre era o dia mais parado da semana, almoço com familia, dormir o dia inteiro, não ter absolutamente nenhum compromisso... era o dia de ver futebol, algum filme meia boca na TV, jogar, conversar com alguns amigos, jogar conversa fora por horas e horas afio até o dia morrer no horizonte. Via de regra o domingo sempre foi o dia de beber um pouquinho, curtir, fazer tudo fora do horario como se fosse pra provocar a vida "ó, eu ainda sei fazer as coisas diferetes viu?!".

Mas esse domingo foi diferente. Sim. Eu acordei tarde, lavei a louça atrasado, almocei com a familia, bebi um pouco... mas mal vi o futebol, mal conversei com os amigos... dormi tanto a tarde que só acordei depois do por do sol. Abri a janela. Uma fresta apenas. Chovendo. Abri mais, gosto do cheiro de terra que sobe quando chove. Olhei pro céu e sorri. Você estava lá assim como do meu lado, pedindo espaço pra ver a chuva também.

Deixei o sorriso escorrer para o canto dos lábios. Suspirei de leve me perguntando até quando eu ficaria assim. Balancei as mãos acima da cabeça como se estivesse afugentando pássaros que estavam voando sobre minha mim. Mas na verdade afugentava os pensamentos ruins. Odeio admitir isso, mas eles sempre vinham no fim da tarde de domingo. Resquiscios da época da escola "droga, amanha já tem aula". Acabei sorrindo assim que os pensamentos se afastaram. Liguei uma música que estava cantarolando mais cedo "eu canto pra nós, que somos loucos, e um pouco pra nós, que somos loucos". A ouvi com os olhos rasos em lágrimas. Olhei o relógio. 19:30.

Todos os domingos eram sempre parecidos, apesar da minha provocação pra vida. Apesar da falta de algumas coisas que antes me eram importantes. Agora eram facultativas. Futebol eu via o resultado depos. Os amigos eu podia falar durante a semana. O domingo continuava sendo domingo, mas agora por outro motivo: era a véspera da segunda-feira.


p.s.: A música citada é Bandalheira - Azulado

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