segunda-feira, 24 de junho de 2019

Girando Mi Moneda

Enfim aquela longa estrada chega a sua bifurcação, daqui em diante não sou mais um acadêmico e me torno um egresso da faculdade. Não vou fazer aqueles clichês dizendo que parece que foi ontem que entrei por aqueles portões, caminhei pelos tijolinhos completamente perdido pensando onde era minha sala. Depois conhecer uma galera inteira completamente nova.

Mais de cinquenta alunos na primeira semana (alguns de outros semestres que estavam fazendo disciplinas atrasadas), logo as primeiras aulas, trabalhos, provas, forma grupo, descobre afinidades... de repente tinham novos colegas que viraram amigos que acabaram, de alguma forma, entrando e marcando a vida tanto quanto qualquer outro da família.

Depois veio o estágio com várias descobertas, novas habilidades adquiridas, novas vivências, novos desafios, novas amizades, novos conhecimentos e a certeza de que esse caminho era o melhor que havia possibilidade naquela hora. Foram bons dois anos no estágio.

Nos trabalhos de conclusão (sim, foram três) a dificuldade se mostrava quase intransponível, mas mantido o foco e fazendo de tudo para não desmoronar e tentar passar por eles o mais inteiro possível, foi bem difícil, mas, sobrevivi.

Os semestres todos cada um com sua particularidade, desde professor que tinha pouco conteúdo e dispensava mais cedo, professor que era um gênio na explicação, professora que tenho total carinho até hoje, professor que me ajudou a seguir em frente... até professora que às vezes esquecida do conteúdo e falava da vida pessoal, de séries, filmes...

Não vou dizer que vou sentir saudade, porque não quero mentir, mas também agora, olhando "de fora" as maiores lembranças que vem são os momentos com colegas, com amigos, com professores com pessoas que acabaram se tornando especiais no processo de forja do que eu sou hoje. Claro, tiveram momentos que precisei passar completamente sozinho, horas que tudo que eu queria era jogar tudo pra puta que pariu e nunca mais pisar lá, mas, nesses momentos, sempre tinha um amigo, uma amiga a me incentivar, a me dar forças.

É impossível terminar essa elegia (porque sim, é uma elegia) sem citar e agradecer nominalmente uma única entidade que sempre esteve comigo, seja indo, voltando, encarando chuva, sol, quebras, quedas, dor, cansaço... é por isso que esse pequeno parágrafo eu dedico à ela, a Elanor, minha bicicleta, minha Caloi Montain Bike 1994, minha fiel companheira que está ali, pronta para a próxima jornada que surge no horizonte.

Aqui em devia agradecer as pessoas também, porém não quero correr o menor risco de esquecer o nome de alguém (porque sim, eu vou acabar esquecendo) então seja quem for que esteja lendo, sejam as amizades da faculdade ou de fora dela eu quero deixar aqui meu muito obrigado por todo o apoio, por todas as horas dando pitacos nos meus trabalhos madrugada a dentro, nos comentários bons, ruins, construtivos ou não. Fica aqui meu muito obrigado a vocês todos, sério, vocês são fodas!

Claro que tenho muito a agradecer aos meus pais, mesmo com seus problemas nunca deixaram de me dar suporte, de me apoiar, de dar pitaco nos meus trabalhos, de tolerar minhas noites viradas porque "de madrugada eu trabalho melhor", nas eventuais ajudas para consertar a bicicleta, na ajuda de custo para inteirar nas peças que precisava levar impresso, em ir buscar/levar as peças pra imprimir... em todo o apoio em casa, sério, sem vocês dois eu não teria chegado até o dia de hoje. Se eu pudesse eu cortaria o "canudo" e daria metade pra cada um, vocês merecem.

E agora? Não faço a menor ideia. Sei que eu preciso de alguns instantes pra respirar, retomar o fôlego e botar todos os planos do papel em prática, levar a sério um dos ideais que defini pra mim esse ano: Não importa os voos que você planeja, aonde você quer chegar, quão alto você queira subir, se for consensual, se não fizer mal nenhum pra ninguém (sobretudo você hem!) e se lhe der prazer... faça. Relacionamentos, desejos, pessoas vem e vão... o importante é que é que você seja fiel a você. 

Tá, mas e agora? Agora é aquela música que uso de assinatura no meu e-mail que vou por a letra traduzida completa aqui: 

Eu estou no meio desta estrada
Tantas encruzilhadas ficaram para trás
E no ar minha moeda está girando
E o que tiver que ser
Será

Todos os altos e baixos da maré
Todas as provações que já passei
Eu levo o seu sorriso como bandeira
E o que tiver que ser
Será

O que tiver que ser, que seja
E será por alguma coisa
Não acredito na eternidade dos combates
Nem nas receitas de felicidade

Quando minhas primaveras se passarem
E, a sorte estiver fadada a descansar
Olharei a sua foto na minha carteira
E o que tiver que ser
Será

E, o que queira acreditar, acredite!
E o que não, sua razão terá
Eu solto minha canção no redemoinho
E que escute quem a queira escutar

E no ar está girando minha moeda
E o que tiver que ser
Será

É isso: Ya está en aire girando mí moneda, y que sea lo que sea.

Mais uma vez, obrigado a todos!