quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Manha de Quinta-Feira

A tomou nos braços naquela quarta-feira. Se sentaram na beirada da cama vendo a Lua brotar no horizonte. Não tomaram ciencia de tempo, de horas, de nada... apenas ficaram naquele momento único, ele com ela, ela com ele. Não estavam tão longe, umas poucas horas de estrada e poderiam se ver, todos os finais de semana era o plano dele, pelo menos até traze-la para cá. A casa lá não era grande, mas caberia ela com toda a certeza. Jantaram juntos, lavaram a louça juntos, caminharam até o corredor onde ele escondeu as chaves novamente. Voltaram para dentro do apartamento rindo. Não soltaram um a mão do outro em nenhum instante. Nem mesmo no banho se soltaram, no caminho de retorno do banho também não... a mão fraquejou apenas no ápice daquele momento mágico, unico.

Adormeceu com ela em seu peito. Ela já dormia serena, podia sentir o coração dela bater tranquilo. Logo ela "escorregou" e se ajeitaram. Ele afrente e ela o abraçando. Conchinha. Dormiram até os primeiros raios trespassarem a cortina o acordando. De canto de olho ele viu o relogio. Tinha compromissos que não podia ignorar. Claro que ela era e sempre seria seu maior compromisso. Mas ainda tinha que ir... não queria acorda-la. Lentamente se esgueirou por debaixo do braço dela saindo. Quando saiu foi até a cozinha tomar um gole de leite gelado. Foi quando viu caneta e papel. Sorriu se sentando, suspirou e se colocou a escrever.

Dobrou o papel lentamente. Deixou a caneta sobre a mesa e caminhou, ainda de pés descalços, até o quarto e deixou a carta no travesseiro onde havia dormido. Se esticou um pouco e deu um beijo suave nos cabelos dela. Todo receoso em acorda-la. Caminhou até a saída trancando tudo. Desceu pelo elevador. O mundo pedia que tivesse pressa, que tivesse sempre aquela maldita pressa que não lhe permitia nem ao menos respirar. Mas isso acabaria logo. Voltou a garagem, vestiu a jaqueta e seguiu até sua nova casa. Deixou a moto e a jaqueta e saiu, tinha muitos afazeres. Passou em frente à uma vitrine e viu seu rosto meio amassado, como se tivesse acabado de acordar, um olheira se postava ao canto do olho direito. Mas notou algo além: estava com um sorriso fino no canto dos lábios. Olhou, ainda pelo reflexo, uma nuvem lhe espiar. Balbuciou antes de seguir seu destino "te amo... mô".

Um comentário:

ઇ‍ઉ disse...

E foi quando puxou as cobertas que junto com a queda dos tecidos no chão, também cederam as suas pernas. Alucinação? Força da materialização? Mágica? Agora seu coração batia tão depressa que parecia querer saltar, fazia forças para ficar de pé, apertava as mãos para que elas parassem de tremer, e mesmo vendo a carta, seus olhos pareciam não acreditar. Rastejou até a cama, e com a pontinha dos dedos apanhou aquele papel dobradinho. Antes de abrir e ler, já podia imaginar quase tudo que iria encontrar ali. ..