domingo, 9 de outubro de 2016

Impacto

Dia desses estava aqui pensando em tudo que eu faço, tanto publicitariamente quanto em aula, no estágio, na relação com meus amigos, minhas amigas, colegas e pessoas que eu não conheço que, quando há uma troca de olhar eu respondo com um sorriso. Depois eu lembrei do que o Teddy Corrêa (vocalista da Nenhum de Nós) falou em um TEDx (procurem no YouTube) sobre o poder da música da banda dele e o quanto isso pode mexer com as pessoas. Posto isso fiquei relembrando meus trabalhos, minhas relações e o que eu escrevo de forma despretensiosa aqui no blog.

Acontece que, esses dias, minha mãe terminou de revisar/ler meu livro (quem já me conhece sabe a história da ladra ruiva, quem não conhece poderá conhecer quando eu publicar ;) e ela sempre diz que toda história tem que passar alguma mensagem, alguma lição, algo que agregue nas pessoas que as leem. E eu, como não achava nada demais na minha história tinha pra mim que não teria nada de "ohhhhhh, que livro incrível, que obra, mudou minha vida e bla bla bla", era só um livro que escrevi, literalmente, quando tinha vontade. Por isso levei praticamente seis anos pra escreve-lo. Mas voltando ao ponto da minha mãe ter lido (ela foi a primeira pessoa a ler ele inteiro, organizadinho, nem eu me prestei à isso) ela disse que, sim, meu livro tinha uma lição, uma mensagem de uma pessoa que busca uma espécie de redenção, busca uma forma de resolver seus problemas... e isso me deixou pensativo por dias. Até agora. Domingo, dois de outubro de dois mil e dezesseis, três e pouco da manhã. Muito provavelmente a data de publicação não é essa porque eu não quero publicar nesse horário ingrato, acho que esse texto merece ir além de uma repostagem de link no facebook e outra repostagem no twitter onde uma ou duas pessoas vão curtir, alguém talvez comente. Longe da presunção esse texto quero mais, acho que ele vale.

Mas, voltando ao que me colocou a pena à mão (termo lírico, uma vez que escrevo direto no teclado) e me pos a escrever: Desde que eu comecei a editar os áudios pra um programa de rádio da minha faculdade (O "Na Ponta da Língua", tem página no facebook) eu sempre quis colocar minha marca ali, meu detalhe próprio, minha cara naqueles menos de dois minutos de diálogo e alguma dúvida/curiosidade sobre língua portuguesa/personalidades/curiosidades da cultura pop. Aí, agora, depois de ter revisto aquele TEDx do Teddy eu fiquei pensando que eu sempre quero passar algo pra quem "consome" o que eu faço. Não quero só fazer algo pra ficar bonitinho ou coloridinho. Quero fugir da "parada de sucesso" (termo usado pelo Teddy) no que faço. 

Se eu não vou ser melhor aluno da sala. Se não vou ganhar o mérito estudantil. Se não vou me sobressair - pelo menos por enquanto. É algo que vai de encontro com o que li dia desses sobre pessoas que se satisfazem com a mediocridade. Por ora eu me encaixo nisso. Fujo um pouco do perfil do publicitário que tem que se pintar de verde fosforescente pra aparecer e vou ser aquele que fica quietinho, na sua, absorvendo os conhecimentos, aprendendo tudo que pode aprender antes de resolver usar tudo.

Eu acho que acabei me perdendo e, se alguém estiver lendo isso, é sinal de que resisti à súbita vontade de fechar o bloco de notas sem salvar o que escrevi até aqui. Espera... hum... ah sim. Esse é meu caminho, não querer parecer melhor que ninguém. Ninguém é melhor do que ninguém porque viu uma série diferente. Porque leu um livro em outro idioma. Gosto de pensar na vida como um jogo de videogame onde cada coisa nova que fazemos é uma conquista desbloqueada, mais pontos de experiência pros próximos desafios. Não preciso me exibir e querer achar que estou acima - esse é o meu princípio em ser mediócre - e que, por isso, posso fazer o que eu quiser. Não vou entrar em casos pessoais, mas já discuti com pessoas por causa das atitudes delas. Atitudes egoístas das pessoas em achar que, porque elas tem uma conquista desbloqueada a mais que eu, elas podem pisar, pagar de bilhete premiado. Pois tudo que fazemos (ufa, me achei) impacta o outro. Se uma pessoa que eu conheço passa por mim e não me cumprimenta eu penso de duas uma: ou ela está com problema ou eu fiz algo à ela. Mas, quando isso se repete dia após dia, semana após semana, passo a achar que a pessoa se acha o pacote de salgadinho com dois tazos. Resumo tudo que escrevi até aqui com a minha resposta e uma pergunta: Eu quero fazer algo que agregue coisas boas, boas referências, novas culturas (fora da "parada de sucesso"), algo positivo, quero obter a imortalidade que o Kundera disse só ser possível através da arte, agora, parafraseando minha mãe, tudo que agrega algo a alguém é arte. Esse vai ser o meu jeito publicitário de ser, contra a "parada de sucesso", contra a massificação, vou pagar por isso? Com certeza. Mas poder deitar a cabeça no travesseiro tranquilo de que algo que eu fiz fez - na pior das hipóteses - alguém sorrir já me faz querer isso como objetivo, como sonho (isso me lembrou a última aula com o professor Fogaça, onde ele questionava a gente sobre nossos sonhos), meta de vida. Não ligo de viver sempre com um carro não zero, uma casa pequena arrumadinha. Se eu puder viajar, absorver conhecimento, cultura, coisas pra passar pras pessoas... já me vai ser tudo que preciso.

E você, leitor, leitora, como você quer impactar o mundo?

Um comentário:

ઇ‍ઉ disse...

Eu sempre que lia as tuas cronicas, ou contos, ou rabiscos (como eu gosto de chamar os meus), sempre tive a certeza de que tudo o que lia/sentia aqui, te levaria a algum lugar. E não falo geograficamente falando. Falo espiritualmente, mentalmente, essas paradas.

Embora sua modéstia sempre fosse enfática, eu sempre soube que de uma ou de outra, tu alcançaria o ápice literário. Fosse por um leitor qualquer ou por uma fã como sou e sempre serei. Sei que somos (falo por conhecimento de causa) pessoas de pés no chão, que sabemos até onde queremos ir com o que riscamos aqui, e isso sempre nos fez amansar a crista. Mas o que VOCÊ LUIS, não sabia, era que os teus sentimentos, os teus contos, a tua ficção sempre foi confeccionada em verdade absoluta. De uma forma muito TUA. Com pontos e traços, com vírgulas e pausas das quais além de prender, tornaram a ser a sua assinatura.

É tudo tão avesso e reverso e ao mesmo tempo tão você. (Ao menos pra mim) rs, que certamente eu reconheceria algo seu, não pelo que imagina e faz acontecer, mas pela capacidade que você tem de nos fazer acreditar que o de mentira, ACONTECE.

Admiro você, mesmo!

Mesmo sendo esse menino mimado que vez por SEMPRE faz birra, que me empurra da bolha e se joga no buraco recolhendo a corda por não querer sair. É Lorú, eu bem sei, e como sei. E sei demais, sei que assim como eu, os teus contos mais floridos e encantadores, nasceram dos teus piores dias, dos teus momentos mais cinzas, daquelas situações desesperadoras que ou viraram rimas ou assassinatos num risco qualquer.

Eu não sou ninguém capacitado a ponto de dizer o que deve ou não ser publicado, não tenho um nome numa das cadeiras da academia de letras, e sequerrrrrrrr tenho remotamente a pretensão de ter algo perto de ser impresso que dirá publicado, mas preciso dizer, que vindo de você e sendo algo nascido do berço de tua alma (lírico isso ¬¬) se EU NÃO RECEBER UM EXEMPLAR DA PRIMEIRA TIRAGEM, mando CAÇAR VC.