quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Noite de Chuva

Os dias se seguiam um igual ao outro. Claro que não totalmente iguais, mas, ainda assim não haviam grandes sobressaltos,  um dia era mais normal que o outro, o outro era mais normal que um. Por um instante, enquanto ouvia a chuva bater com relativa força no telhado se lembrou de uma conversa que havia tido com um colega de trabalho que se dizia sufocado pela rotina. Ele, por sua vez não sentia isso. Não até agora. Tentava buscar na memória um motivo para sua recente calmaria. Não encontrava.

Até que, revirando gavetas achou uma foto. Aquele olhar dela, o olhar que Paulo Ricardo eternizou, aquele meio de lado, já saindo, indo embora. Como haviam chegado nesse ponto? Bem dizem que quando um não quer dois não brigam. 

Suspirou imaginando-a na janela, cigarro aceso e os mesmos sentimentos. Será? Resolveu se deitar. Amanha teria outro dia "empolgante" no trabalho. Rotina de merda. Fechou os olhos, a chuva perdeu o ritmo. Adormeceu.

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